Em meio aos sons que indicam a frequência cardíaca de cada paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Regional de Presidente Prudente “Doutor Domingos Leonardo Cerávolo", a sintonia de uma canção revela um dos mais singelos projetos implantados no hospital, o “Hora Musical”, que tem como objetivo promover o bem-estar de pacientes e colaboradores no ambiente hospitalar.
Implantado em setembro de 2015, o projeto visa proporcionar recursos terapêuticos aos enfermos que ocupam os respectivos leitos da UTI. Para tanto, diariamente, das 12h às 13h e das 17h às 18h, diferentes melodias, geralmente do gênero instrumental e faixas da Música Popular Brasileiras (MPB) ecoam pelas caixas de som, dispostas em todo espaço da unidade de terapia.
De acordo com o psicólogo do HR, Davi Alex Araújo Silva, a música funciona como um auxiliar terapêutico. “Sabemos que existe uma interação entre corpo e mente, uma ação somática, onde, na medida que conseguimos deixar o ambiente mais sereno, percebemos a melhora do paciente, especialmente quanto a diminuição do estresse”, analisa. Ainda conforme Davi, os benefícios sonoros apresentados estimulam, inclusive, aqueles que estão inconscientes. “A audição é o último sentido sensorial que o corpo deixa de identificar”, explica.
Para a enfermeira coordenadora da UTI, Natalia Ferreti Faria Plantier, os efeitos proporcionados aos pacientes também são contemplados pelo quadro de colaboradores, uma vez que “dentro da unidade as situações vivenciadas geram um enfrentamento constante e, com a música, as situações se suavizam”, pontua.
A história do líder de refrigeração do HR, Valdecir Ramires, exemplifica os resultados positivos no tratamento. Em 2013, quando ainda nem existia o respectivo projeto, durante mais de 40 dias, Valdecir permaneceu sob os cuidados intensivos do hospital. Segundo ele, uma enfermeira reproduzia o som por meio de um celular. “Eu me lembro perfeitamente”, conta. Com isso, atualmente, após a implantação do sistema sonoro, Valdecir colabora com a continuidade do programa. “Na medida do possível eu trago cds contendo músicas instrumentais, pois sei quanto isso colabora”, diz.